No nosso cotidiano desempenhamos diversas atividades, de maneira corriqueira e nem sempre prestamos atenção na execução delas pois realizamos de maneira automática já que as habilidades necessárias para seu desempenho já foram aprendidas e generalizadas. Temos domínio de tais habilidades que começaram a ser desenvolvidas na nossa infância e aprimoradas à medida que fomos nos tornando adultos. Mas, o que acontece quando por algum motivo, seja por uma condição neuro biológica ou alguma outra situação, você não consegue realizar as suas atividades básicas ou suas tarefas cotidianas? É neste momento que percebemos quantas habilidades, sejam elas motoras, sensoriais ou cognitivas, precisamos ter para realizar uma tarefa que era aparentemente era simples, como levar uma colher a boca para comer sua refeição, e neste momento você precisa de ajuda por não conseguir realizar esta tarefa. Isso certamente impactará na sua independência.
E o que fazer? Como recuperar ou desenvolver essa habilidade tão fundamental para garantir sua independência na alimentação? Quem é o profissional qualificado? O único profissional qualificado e exclusivamente competente para avaliar e analisar o desempenho das ocupações cotidianas dos seus clientes, identificando seus pontos fortes, barreiras e prioridades dentro do contexto que esse cliente está inserido é o Terapeuta Ocupacional. Muitas profissões usam um processo semelhante de avaliação, mas o terapeuta ocupacional foca no uso das ocupações para promover a saúde, bem estar e a participação na vida. Ele irá elaborar o plano terapêutico ocupacional e executar o treinamento dessas habilidades para promover e garantir a independência e autonomia desse cliente em suas atividades da vida diária, as famosas AVDs. Mas o que são as AVDs?
As atividades da vida diária são todas as tarefas que realizamos rotineiramente envolvendo o autocuidado. Elas se dividem em atividades básicas da vida diária (ABVD) e atividades instrumental da vida diária (AIVD). As ABVD são aquelas atividades ligadas ao autocuidado, tais como alimentar-se, trocar de roupa, tomar banho, escovar os dentes, higienização pessoal e caminhar. As AIVD são as atividades mais complexas relacionadas à vida independente na comunidade, tais como atender o telefone, ir ao mercado, gerenciar seu próprio dinheiro, realizar tarefas domésticas, entre outras.
O Terapeuta Ocupacional irá em sua intervenção maximizar as potencialidades do seu cliente, proporcionando maior independência na execução das AVDs, ou seja, melhorar a sua funcionalidade. E seu campo de atuação vai desde crianças, jovens até os idosos. Sempre analisando e considerando o contexto, a fase do desenvolvimento, e as necessidades do seu cliente.
Aqui na Inclúdere, o trabalho dos terapeutas ocupacionais é realizado majoritariamente no ambiente natural do cliente desde da avaliação até os atendimentos, pois acreditamos que para desenvolver um trabalho de qualidade focado na busca pela independência e autonomia, estar no ambiente desse cliente nos permite ter uma compreensão mais abrangente do contexto que ele está inserido e acompanhar seu desempenho e evolução. Estar no ambiente natural nos permite ter um leque de oportunidades mais amplo que no ambiente clínico, conseguindo explorar tanto as ABVD quanto as AVDI, e principalmente estar mais próximos das famílias, chave principal para o sucesso do nosso trabalho.
Autora:
Cibele Parize – TERAPEUTA OCUPACIONALCREFITO 3-7674/TO
É coordenadora do setor de Terapia Ocupacional – AVDs da Clínica Inclúdere. Possui Especialização em Terapia Ocupacional Dinâmica aplicada a Neurologia e em Análise Aplicada do Comportamento.
Fontes:
Profa. Carla da Silva Santana Castro – Conceitos de Atividades de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF USP de Ribeirão Preto
Revista de Terapia Ocupacional Universidade de São Paulo. Jan-abr. 2015; Estrutura da pratica da Terapia Ocupacional: domínio & processo 3ªed.