Qual a importância da Fisioterapia na Intervenção do TEA?

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O movimento é um ato primário do desenvolvimento humano, incialmente as ações são reflexas e vitais para sobrevivência, a partir da estimulação externa os movimentos são aperfeiçoados, ganham formas mais refinadas e complexas. O aprendizado de novas habilidades motoras está relacionado ao padrão de movimento especializado e treinado. (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

No entanto, quando há alteração no neurodesenvolvimento, como em indivíduos dentro do espectro do autismo, que é uma condição que afeta o cérebro e o sistema nervoso central, pode haver um impacto significativo na saúde física e muitas vezes dificuldades com a coordenação motora, equilíbrio e força muscular. É comum quadro associado de hiperatividade e hipotonia, ocasionando baixo engajamento na participação de atividades que envolvam movimentos motores. 

Então, como motivar o indivíduo com TEA a realizar o mínimo de ações motoras? Qual profissional é capacitado para contribuir no desenvolvimento motor?

Sim, o fisioterapeuta. Estudos mostram que o fisioterapeuta exerce um papel diferencial na avaliação e intervenção do TEA, pois é o profissional capacitado para investigar o desenvolvimento de força muscular, coordenação e equilíbrio. A partir de uma avaliação minuciosa, elabora estratégias individualizadas, desde estimulação precoce a fim de estimular as fases do desenvolvimento motor com recursos diversificados- visuais, táteis e auditivas dentro de cada padrão.  (Bhat, 2020). 

 Já com crianças maiores, as estratégias são dinâmicas e lúdicas, com objetivo de trabalhar coordenação motora, equilíbrio, força, dissociação de membros superiores e inferiores.

A atuação do fisioterapeuta contribuiu com outras áreas do desenvolvimento pois, além da prática motora, também favorece desenvolvimento de  práticas planejadas, atenção conjunta, concentração, imitação, compreensão de linguagem e socialização. 

Autora: Ângela Basarin – Fisioterapeuta: Crefito: 3/36465-F 

Fontes: 

Adair B, Ullenhag A, Keen D, Granlund M, Imms C. The effect of interventions aimed at improving participation outcomes for children with disabilities: A systematic review. Dev Med Child Neurol. 2015;57(12):1093-1104. doi:10.1111/dmcn.12809.

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3.ed. São Paulo: Phorte, 2005. 

Gong L, Liu Y, Yi L. Abnormal Gait Patterns in Autism Spectrum Disorder and Their Correlations with Social Impairments. 2020:1-12. doi:10.1002/aur.2302.

Bojanek EK, Wang Z, White SP, Mosconi MW. Postural control processes during standing and step initiation in autism spectrum disorder. J Neurodev Disord. 2020;12(1):1-13. doi:10.1186/ s11689-019-9305-x.

Bhat AN. Is Motor Impairment in Autism Spectrum Disorder Distinct From Developmental Coordination Disorder? A Report From the SPARK Study. Phys Ther. 2020;100(4):633-644. doi:10.1093/ptj/pzz190.